Diretores da MUO teriam visitado secretamente o país
Da redação TV em Análise

Stella Levi/Getty Images
Um grupo de diretores da Miss Universe Organization esteve em Israel para avaliar a possibilidade do país sediar a 68ª edição do concurso de Miss Universo, prevista para dezembro. A informação foi publicada na tarde da sexta-feira (9) pelo site Israel Bayom, citando uma das fontes próximas às negociações, conduzidas pelo comando central da MUO, sediado em Nova York.
De acordo com a mesma fonte citada pela publicação, os responsáveis pela candidatura israelense estariam pensando também a opção de receber a 69ª edição do Miss Universo, prevista para o final de 2020. É essa edição que vem sendo almejada pelo Rio de Janeiro, mas fatores políticos e econômicos estariam colocando uma pá de cal na candidatura da capital fluminense, também assolada por sérios problemas de segurança pública.
O interesse de Israel em sediar o Miss Universo 2019 surgiu após a organização do Festival Eurovisão da Canção, realizado em 18 de maio, em Tel Aviv, cidade mais cotada para a realização do concurso. Lá fica a maioria das embaixadas estrangeiras, menos as dos Estados Unidos e da Guatemala, que se mudaram para Jerusalém. O festival de música da União Europeia de Emissoras de Televisão (EBU) foi realizado no Expo Tel Aviv e rendeu pauta não pela vitória do holandês Duncan Laurence, mas por uma performance controversa da cantora Madonna, 60, com bandeiras da Palestina. Uma das candidatas nacionais já eleitas, a filipina Gazini Ganados, 23, é descendente de palestinos. Tal situação causaria um embaraço à candidatura israelense para sediar o Miss Universo.
As negociações foram conduzidas secretamente pelos produtores Danny Ben Naim e Assaf Belcher junto aos proprietários da MUO, Ari Emanuel, 58, e Patrick Whitesell, 54. ambos judeus. Ari, irmão do prefeito de Chicago, Rahim, é forte oponente da causa palestina e da presença de países inimigos de Israel no Oriente Médio no Miss Universo. De acordo com o Israel Hayom, um dos empecilhos para a negociação ir adiante seriam as eleições gerais no país a serem realizadas em 17 de setembro. Outros problemas seriam a falta de comunicação com órgãos estratégicos do Governo e custos orçamentários.
Israel é um dos únicos quatro países a serem assíduos em todas as 67 edições do Miss Universo desde sua criação, em 1952. Nesse período, o país teve 20 classificações, que equivalem a um aproveitamento de 29,85%. Em 11 de julho de 1976, Rina Messinger deu ao país seu único título, conquistado no então território britânico de Hong Kong, devolvido à China em 1997. A última classificação ocorreu em 31 de maio de 2005, em Bangcoc, quando Elena Ralph se classificou entre as 10 semifinalistas em traje de banho. Em 2019, o país será representado por Sella Sharlin, 22, moradora de Tel Yitzhak (kibutz situado a 86 km a noroeste de Jerusalém e 28 km ao norte de Tel Aviv, na região costeira) e nascida em Boston, capital do Estado americano de Massachusetts. Ela serviu ao Exército israelense em frentes de combate. Formada em medicina, Sella é assistente da clinica de seu pai. Também é editora-chefe da revista feminina de estilo Laisha.