Indefinição de data emperra negociações com Manila e Santo Domingo
Da redação TV em Análise

Athit Perawongmetha/Reuters/31.07.2018
Há exatamente um ano, Bangcoc era anunciada como sede da 67ª edição do concurso de Miss Universo, realizada na manhã de 17 de dezembro. Pouco se aprendeu do exemplo de organização que a Tailândia deu ao promover o concurso. A Miss Universe Organization poderia ter aproveitado a final televisionada para 213 países e territórios para ter decidido o país e a cidade que receberiam a 68ª edição do Miss Universo. Não fez nada disso. Deixou que a onda fosse jogada inicialmente pelo financiador da eleição de Catriona Gray, 25, o empresário filipino Chavit Singson, 78, que nadou com os burros n’água ao apostar as fichas numa candidatura inexistente (Seul) e outra fruto de delírio pessoal (Dubai). A coisa morreu no desinteresse em um caso e no fundamentalismo islâmico, contrário a desfiles de trajes de banho, no outro.
O cabo de guerra que se instalou na MUO e na rede de televisão FOX, que faz o que pode para marcar o Miss Universo 2019 para uma data que não bata de frente com premiação alguma de janeiro é o grande fator de discórdia com o qual a presidenta da entidade, Paula Shugart, e o responsável pela área internacional do Miss Universo, Shawn McClain, tem de lidar. A esculhambação está formada. 39 candidatas nacionais já estão eleitas. Quantas mais restam para se chegar a um número aceitável, sem necessariamente passar pelas quebras de recordes verificadas nos dois últimos anos?
Entre as décadas de 1970 e 1990 era comum Bob Barker, AlanThicke, Dick Clark e Bob Goen anunciarem as sedes das edições do Miss Universo do ano seguinte. Tal costume se perdeu depois que Donald Trump bagunçou o coreto do concurso, em outubro de 1996. Bagunçou a ponto de empurrar as definições das cidades-sede do Miss Universo para dois meses depois das noites de finais televisionadas. Em julho de 2004, por exemplo, Bangcoc era confirmada como sede da 54ª edição do concurso. Manteve essa condição mesmo após a tsunami de 26 de dezembro de 2004, que devastou pontos turísticos da Tailândia. A resiliência de seu povo fez com que o país mantivesse os compromissos com a MUO. Bangcoc sediara o Miss Universo também em 1992, em meio a uma crise política. A Tailândia ainda estava no luto de um ano pela morte do rei Rama IX, em 2016. Usou a sabedoria das tradições da família real e associou a beleza de parte das 94 candidatas à força do muay thai, digna de documentário da BBC. Aquela era a Tailândia de Catriona.
As negociações para a realização da 68ª edição do Miss Universo estão agora resumidas a apenas duas cidades – Manila, sede do concurso em 1974, 1994 e 2016, e Santo Domingo, sede da disputa em 1977. Só o fato de Catriona ir à capital da República Dominicana já acendeu o pavio de missólogos locais para dar o empurrão necessário para fazer o presidente Danilo Medina acordar para a importância desse evento, após ter desperdiçado a oportunidade de receber o concurso de 2012. Chavit estã com as mãos na carteira para pagar a MUO para barrar essa oferta. Quem leva?