Eventos ficarão fora da apresentação da emissora a ser feita nesta terça-feira (25), assim como a Copa da Rússia
Da redação TV em Análise

Frazer Harrison/Getty Images/26.11.2017
Em meio a uma violenta reestruturação de quadros de diretoria e cortes de gastos, a Rede Bandeirantes decidiu abrir mão da exibição dos concursos de Miss Brasil e Miss Universo a partir deste ano. A decisão já foi tomada pela emissora e deverá ser comunicada à Polishop e à Miss Universe Organization nas próximas horas.
Fontes de mercado já vinham notando que a parceria entre a Band e a Polishop tinha tudo para dar errado, como acabou dando. Nos dois últimos anos, a audiência nacional do Miss Brasil estacionou na média domiciliar de 2,5 pontos e deu um gigantesco prejuízo à rede da família Saad. A Band vinha transmitindo o Miss Brasil e também o Miss Universo desde 2003. De 2004 a 2017, a emissora transmitiu alguns concursos estaduais. Pesou para a Band ter desistido do Miss Brasil, do Miss Universo e dos concursos estaduais seu alto custo de produção e os valores pagos pelos direitos de transmissão em TV aberta.
A saída da Band dos concursos de beleza acompanha uma decisão que a própria rede tomou acerca da transmissão da Copa do Mundo da Rússia, agora exclusiva da Rede Globo de Televisão. É para a emissora da famíglia Marinho que a Endeavor (dona do Miss Universo) pretende levar o Miss Brasil, Miss Universo e concursos regionais filiados à MUO no país. O Miss Brasil 2018 segue marcado para o dia 19 de maio, mas agora terá de encontrar uma nova emissora para ser transmitido.
Agora a Endeavor corre contra o tempo para reorganizar a composição societária da Organização Miss Brasil Universo, joint venture com a Polishop. As negociações com a Globo devem começar já na próxima semana. A Central Globo de Comunicação sempre tem negado interesse no Miss Brasil e no Miss Universo, mas agora parece que os ventos mudaram de rumo com a desistência da Band em investir no setor de concursos de beleza.
A relação da Globo com a MUO não é nova: em março de 1990, assinou um contrato de gaveta com a CBS para impedir que o Miss Universo fosse transmitido por qualquer emissora brasileira. Tal acordo durou até 2003, qu7ando a Band já tinha os direitos do Miss Brasil er assegurou também a exibição do Miss Universo. A Globo fez o mesmo com o Miss Mundo a partir de 1988 e saiu de cena em 1991, quando a Band conseguiu liberar os direitos de transmissão. Em 2012, a emissora tomou parte no esquema de compra de votos de jurados do Miss Universo realizado em Las Vegas, que ficou conhecido como “propinoduto da Olivia Culpo”, que consistiu em dar o título de M<iss Universo 2012 a norte-americana de forma fraudulenta, com pagamento de propinas a jurados.
Ironicamente, a grade que a Band deverá apresentar na Casa Bisutti, na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo) contempla a mulher brasileira, mas não faz menção alguma à transmissão dos concursos de misses, que agora passam a ser da Globo, que já tem o Oscar de evento não-esportivo. Representantes do Comitê Nacional de Coordenadores de Concursos de Beleza do Brasil (CNCCB) deverão se reunir em caráter de emergência para tratar do assunto, que já compromete as transmissões de concursos estaduais que a Band planejava fazer a partir de março. Estão comprometidas as transmissões dos concursos da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catrina e São Paulo.
Em TV paga, a transmissão do Miss Universo 2018 está mantida na TNT. A 67ª edição do Miss Universo deverá acontecer em 16 de dezembro, em cidade-sede a ser definida.
Em agosto do ano passado, a Band já tinha perdido para a Polishop os direitos de mídias digitais do Miss Brasil. Agora, corre o risco de ter o mesmo destino na televisão.
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