Recife, Pernambuco, Brasil. Todos estão em choque com a tragédia de Santos
João Eduardo Lima
Editor e criador dos blogs TV em Análise
Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, está morto. Não há a menor condição de preparar as emissoras abertas para o início da propaganda eleitoral obrigatória, que começaria nesta terça-feira (19), de acordo com o calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Todas estão em estado de luto.
Para começar, a Band suspendeu a exibição dos debates dos candidatos a governador, que aconteceria na noite desta quinta-feira (14). Globo e Record News suspenderam sabatinas com presidenciáveis e candidatos aos governos. Recife está em luto e o Palácio do Campo das Princesas já está preparado para receber as exéquias do ex-governador, em data a depender do andar das exumações no Instituto Médico Legal de São Paulo.
Ao Estadão, o candidato do PV, Eduardo Jorge, pediu a suspensão do horário eleitoral por três dias para que familiares de Campos e das outras seis vítimas se recomponham do choque causado pela tragédia súbita que alterou o desenho da corrida eleitoral para 2014. O verde pede que o TSE considere também o doloroso processo que o PSB terá que fazer na essência e no conteúdo do programa eleitoral do partido para adaptá-lo ao discurso de Marina Silva, nova queridinha dos alcaguetes, algozes e carrascos da Casa Branca e da The Economist para tentar brecar um ciclo de poder entre PSDB e PT, vigente desde 1995. “O objetivo é permitir que a coligação que tinha Eduardo Campos à frente possa ter um pouco mais de tempo e tranquilidade para se organizar e adaptar seus programas de divulgação política previstos em lei”, sustenta a carta de Eduardo Jorge, já enviada ao TSE.
A se julgar pelo clima de luto nas ruas do Recife, não dá mesmo para acelerar passo nenhum com vistas à propaganda política na TV. A ordem é esperar os enterros para depois as coligações examinarem o que fazerem para monitorar o resto de tempo da campanha eleitoral antes do primeiro turno, previsto para 5 de outubro. É o que o bom senso recomenda.