O Big Brother dos falsos defuntos de Person of Interest
Caviezel e Emerson: a espiadinha básica contra o crime segundo J.J. Abrams
Crua como uma edição regular de Big Brother, a trama de Person of Interest (Warner, 3ª, 20h) se revela como um reality-show de ação, sem vencedores, mas com agentes do FBI metidos a espiões de esquina. A começar do programa de computador desenvolvido pelo milionário Harold Finch (Michael Emerson, ex-Lost), cuja concepção o distinto leitor pode encontrar por aí. Todos vigiados.
Feita sob a estética de suposto defunto, a premissa de J.J. Abrams e Jonathan Nolan banaliza o óbvio em termos de patrulhamento das ruas. Esvazia o enredo que, normalmente, cairia como uma luva para uma readaptação de Nova York Contra o Crime, só que com outra pensata. No ar desde 22 de setembro na CBS americana e desde o dia 17 de outubro no Brasil, Person é o Aqui Agora adaptado mais aos padrões da CIA do que da polícia de Nova York.
A coadjuvante Taraji P. Henson, como a detetive Carter: se gritar pega ladrão…
Com temporada completa encomendada e ganhadora do People’s Choice Award de novo drama favorito do público, Person of Interest, tem nas atuações de Emerson e dos coadjuvantes Jim Caviezel (o ex-agente da CIA John Reese, o outro “mortinho” da trama) e Taraji P. Henson (a detetive da polícia nova-iorquina que tenta pegar Reese com a boca na botija) uma isca para os Emmys. É pegar ou largar.
Já com a temporada regular da gincana global em ação, Person of Interest soaria como uma espécie de Big Brother do mal, das entranhas do combate ao submundo do crime, da espionagem disfarçada, do mistério que carrega nas veias. Com o intento de impedir novos crimes na Grande Maçã, Person se destaca pela sua boa intenção. Mas capenga no propósito de fazer um “thriller” digno. Até domingo.
Publicação simultânea com o caderno Notícia da TV do Jornal Meio Norte que circula no domingo (15/1)